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1 Cúpula da UE busca acelerar plano de defesa da Europa após reviravoltas de Trump sobre a Ucrânia 6:10
Dois dias após a União Europeia propor um plano de defesa que poderá mobilizar até € 800 bilhões para a defesa do continente, líderes do bloco se reúnem em caráter extraordinário nesta quinta-feira (6) em Bruxelas, para discutir como arcar com o fortalecimento da defesa europeia e o apoio militar à Ucrânia, após corte dos Estados Unidos. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, participa desta cúpula especial da UE. Letícia Fonseca-Sourander , correspondente da RFI em Bruxelas A Europa entrou em uma semana decisiva, na qual os dirigentes do bloco estão sendo pressionados a enfrentar questões importantes sobre a defesa do continente. Depois do bate-boca na Casa Branca entre o presidente americano, Donald Trump, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky , que expôs o alinhamento cada vez maior entre Washington e Moscou, e o anúncio de suspensão da ajuda militar dos EUA a Kiev, a Comissão Europeia apresentou um plano para rearmar a Europa e enviar mais ajuda militar à Ucrânia. Em Bruxelas, as expectativas desta cúpula especial são de que os líderes europeus consigam ir além das conversas iniciadas em Londres, no último domingo . Uma trégua de um mês na guerra da Ucrânia, proposta pela França e Reino Unido, foi praticamente o único resultado concreto das discussões em Lancaster House. Agora, a proposta da presidente do executivo europeu, Ursula von der Leyen, está sob a mesa. Os governos europeus não devem tomar decisões imediatas: o mais provável é que sinalizem “fortes compromissos” com o plano de Bruxelas, apesar do risco de que dirigentes pró-Rússia, liderados pelo primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, resistam à iniciativa. Ao que tudo indica, Budapeste parece pronta para bloquear o envio de pelo menos 1,5 milhão de munições de artilharia e sistemas de defesa aérea, mísseis e drones à Ucrânia, entre outras medidas sobre a mesa. “Era do Rearmamento” Uma das questões cruciais é como financiar o rearmamento da Europa em tempos de orçamentos apertados. Atualmente, os países da União Europeia gastam cerca de € 325 bilhões por ano em defesa, o que representa 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do bloco. De acordo com especialistas, o percentual necessário para garantir a defesa europeia sem o apoio americano seria de 3,5% do PIB comunitário. Baseado em cinco “pilares”, o plano anunciado por Von der Leyen para mobilizar até € 800 bilhões para a defesa teria gastos que “precisam ser aumentados com urgência não só agora, como ao longo da próxima década”, enfatizou. Além disso, seria necessário dar apoio imediato a Kiev após a suspensão da ajuda militar anunciada pela Casa Branca. Leia também “Não podemos mais acreditar na Rússia”, diz Macron em discurso à nação Para isso, a proposta inclui, entre outros pontos, a emissão de novos empréstimos no valor de € 150 bilhões aos Estados-membros para a compra de artilharia, mísseis, munições, drones e sistemas anti-drones. A Comissão Europeia ainda propõe afrouxar as restrições fiscais impostas por Bruxelas aos governos do bloco para permitir gastos maiores com a infraestrutura militar. O Banco Europeu de Investimento também anunciou que pretende alterar suas regras para facilitar o financiamento de projetos de defesa. Injeção bilionária O futuro chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, acaba de anunciar planos para investir centenas de bilhões de euros em gastos com defesa e garantir a segurança do continente . Para o líder conservador, “a Europa precisa agir rápido”. Um acordo para atingir “€ 100 bilhões por ano” em gastos com defesa foi negociado junto aos parceiros sociais-democratas com quem os conservadores alemães devem formar uma coalizão de governo. A Alemanha está pressionando a União Europeia a reformar ainda mais as suas regras fiscais para permitir maiores gastos militares. “A ironia da situação é impressionante”, comenta o site Político, “durante anos a Alemanha tem sido o falcão fiscal mais poderoso em Bruxelas, exigindo uma disciplina orçamentária rigorosa em todo o bloco. Agora, confrontada com as crescentes preocupações sobre segurança e as mudanças nas geopolíticas mundiais, Berlim tenta liderar a luta por mais flexibilidade”. Mais sanções contra a Rússia É possível que os líderes europeus aprovem em Bruxelas uma nova rodada de sanções contra a Rússia. Após três anos da invasão russa à Ucrânia, seria o 17º pacote de medidas restritivas que atingem setores vitais da economia russa, pessoas e entidades ligadas ao regime do presidente Vladimir Putin. Outra questão importante que deve ser abordada durante esta cúpula especial diz respeito aos ativos russos congelados em contas europeias desde o início da guerra na Ucrânia. Embora os lucros dos ativos de € 200 bilhões da Rússia já estejam sendo usados para ajudar a armar a Ucrânia e financiar a recuperação da economia do país, a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, vem defendendo a utilização direta dos bens russos congelados como direito legítimo de indenização para Kiev. Mas até o momento, a opção de confiscá-los está excluída.…
Em um dos discursos mais longos já feitos por um presidente diante do Congresso , com 100 minutos de duração, o presidente Donald Trump fez um balanço na terça-feira (4) de seus primeiros 43 dias no cargo. Ele destacou uma série de ações executivas que visam acelerar sua agenda econômica e política. Ao justificar a implementação de tarifas de reciprocidade para proteger a economia americana, Trump criticou o Brasil. Luciana Rosa, correspondente da RFI em Nova York "As tarifas não servem apenas para proteger os empregos americanos. Servem para proteger a alma do nosso país", disse Donald Trump, embora tenha reconhecido que "algumas perturbações" serão registradas, sem citar a inflação prevista por economistas em todo o mundo. "Outros países têm utilizado tarifas contra nós durante décadas, e agora é nossa vez de começar a utilizá-las" contra eles, afirmou o republicano. Segundo Trump, China, Brasil, Índia, México, Canadá e a União Europeia impõem tarifas muito superiores às aplicadas pelos Estados Unidos. Com a nova política, qualquer nação que tarifar produtos americanos enfrentará taxas equivalentes ao exportar para os EUA. Além disso, Trump determinou uma tarifa de 25% sobre alumínio, cobre, madeira e aço estrangeiros, argumentando que esses setores são essenciais para a segurança nacional. Sobre a relação com México e Canadá, Trump afirmou que os dois países são responsáveis pela entrada recorde de fentanil nos EUA, uma crise que, segundo ele, tem matado centenas de milhares de cidadãos americanos. Além disso, criticou os subsídios bilionários concedidos aos dois países e garantiu que sua administração não continuará com essa prática. Na área agrícola, Trump prometeu proteger os produtores americanos com tarifas sobre produtos importados. Ele reconheceu que haverá um período de adaptação, mas garantiu que, assim como aconteceu em seu primeiro mandato, os agricultores sairão fortalecidos. Congressista foi retirado do plenário por protestar Desde o início do discurso, sinais de descontentamento já eram visíveis entre os democratas. O deputado Al Green, do Texas, foi removido do plenário após interromper a fala de Trump. O deputado levantou sua bengala e protestou contra o presidente, o que gerou reações diversas entre os legisladores, com aplausos e vaias, enquanto Trump fazia uma pausa. Além dos protestos verbais, alguns democratas se voltaram de costas para Trump. Vestidos com camisetas estampadas com a palavra “Resist” (resista, em português), eles deixaram o plenário em silêncio. Deputadas democratas vestiram rosa-choque em sinal de protesto, enquanto outros usaram lenços azuis e amarelos em solidariedade à Ucrânia, um dia após Trump suspender toda a ajuda militar ao país invadido pela Rússia. A deputada Melanie Stansbury, do Novo México, segurou um cartaz onde se lia “Isto NÃO é normal”. Outros exibiram frases críticas ou com desmentidos de falas de Trump. A deputada Rashida Tlaib, de Michigan, levou um pequeno quadro branco para responder, em tempo real, aos comentários do presidente. Trump seguiu seu discurso normalmente, aproveitando momentos para criticar políticas da administração Biden e ironizar seus opositores. O clima no Congresso refletiu a polarização política do país, transformando a sessão em um verdadeiro campo de batalha da guerra cultural americana. Foco em políticas de batalha cultural e expansionismo Trump usou seu discurso diante do Congresso para reforçar que está cumprindo suas promessas de campanha. Ele destacou o fim das políticas de diversidade , equidade e inclusão (DEI) no governo federal, no setor privado e nas Forças Armadas. Além disso, ele recordou ter assinado uma ordem executiva que reconhece apenas dois gêneros, masculino e feminino, e proíbe a participação de homens em esportes femininos. O republicano citou a retirada dos EUA do Acordo de Paris sobre o clima, que chamou de "ridículo", da Organização Mundial da Saúde, designada como "corrupta", e do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Trump enfatizou a política da "América em primeiro lugar" ("America First") e voltou a ressaltar seus anseios expansionistas. O republicano disse que "vai recuperar" o Canal do Panamá e apropriar-se da Groenlândia "de uma forma ou de outra". O discurso teve a presença de Elon Musk, o homem mais rico do mundo, que virou conselheiro do presidente americano, à frente do Departamento de Eficiência Governamental, responsável por cortar os gastos do governo federal. Críticas ao governo Biden Trump fez duras críticas ao governo anterior, afirmando ter herdado uma "catástrofe econômica" e "a pior inflação em 48 anos". Segundo ele, os preços de energia dispararam, os custos com alimentos se tornaram insustentáveis e o preço dos ovos, em particular, saiu de controle. Ele garantiu que sua administração trabalha para reverter essa situação, com foco na redução dos custos da energia. Trump acusou o governo Biden de cortar em 95% a concessão de novas licenças para exploração de petróleo e gás e afirmou que sua gestão já está reabrindo usinas de energia fechadas pelo governo anterior. Em janeiro, a Casa Branca autorizou a exploração de petróleo e gás em grande escala. Para Trump, os EUA possuem mais "ouro líquido" do que qualquer outra nação do mundo. Ele destacou a construção de um gasoduto no Alasca, com investimentos de trilhões de dólares de países como Japão e Coreia do Sul. Também anunciou ações para expandir a produção de minerais essenciais e acabar com o desperdício de dinheiro público. Imigração O presidente americano lembrou que, em seus primeiros dias de governo, declarou emergência nacional na fronteira sul e mobilizou as forças de segurança para conter o que chamou de “invasão” ao país. Segundo Trump, o número de travessias ilegais caiu para o menor nível já registrado. Ele comparou a situação com a gestão anterior e voltou a acusar Joe Biden de permitir a entrada de criminosos, traficantes e membros de gangues nos EUA. O presidente também anunciou um novo programa semelhante ao Green Card, mas, segundo ele, mais moderno e eficiente. O objetivo é atrair empreendedores de sucesso do mundo todo, com a possibilidade de obtenção de cidadania em troca de investimentos e geração de empregos no país. Carta de Zelensky Durante o discurso, Trump revelou ter recebido uma carta do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmando que a Ucrânia está disposta a negociar a paz o mais rápido possível. No documento, Zelensky agradece o apoio dos Estados Unidos na manutenção da soberania ucraniana e declara que o país está pronto para assinar um acordo relacionado a minerais e segurança a qualquer momento conveniente para os EUA. Trump destacou a importância dessa comunicação e afirmou que também recebeu sinais fortes da Rússia de que o país está pronto para negociar um acordo de paz. "Não seria lindo?", questionou Trump, reforçando que é hora de interromper a guerra "sem sentido", cessar as mortes e buscar um fim para o conflito. Ele enfatizou que, para encerrar uma guerra, é necessário dialogar com ambos os lados. Os Estados Unidos têm sido o maior doador financeiro e militar da Ucrânia desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro de 2022. Trump citou números em seu discurso para criticar uma menor participação europeia nessas contribuições. Porém, os valores citados pelo republicano são manipulados, por não corresponderem exatamente às remessas liberadas pelo Tesouro até o momento, embora aprovadas no Congresso durante a gestão Biden. T rump também minimiza o total de gastos dos europeus, quando cita a União Europeia sem adicionar as contribuições individuais dos países do bloco. O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, convidou, nesta quarta-feira (5), os governantes dos EUA, Ucrânia e Rússia para sua capital, Minsk, para organizar negociações de paz sobre o conflito entre Moscou e Kiev.…
As novas tarifas impostas pelo presidente americano, Donald Trump, sobre produtos importados do México, Canadá, com acréscimo às taxas já cobradas da China, entraram em vigor nesta terça-feira (4). As medidas aumentam as tensões comerciais e trazem impactos significativos para a economia global. Pequim já reagiu e promete taxar uma série de produtos americanos. Luciana Rosa, correspondente da RFI em Nova York Ao anunciar a decisão, Trump afirmou que ela foi tomada devido ao fluxo considerado inaceitável de drogas como o fentanil e migrantes sem documentação para os Estados Unidos. os jornalistas presentes no Roosevelt Room na Casa Branca que "não há mais espaço para o México ou para o Canadá" e que as tarifas são definitivas. A decisão gera tensões comerciais entre os países , afetando preços e cadeias de abastecimento. Nesta manhã, a China anunciou tarifas adicionais sobre uma série de produtos americanos: 15% sobre frango, trigo, milho e algodão. Outros produtos importados dos Estados Unidos, como sorgo, soja, carne suína, bovina, frutos do mar, frutas, vegetais e laticínios estarão sujeitos a um imposto adicional de 10%. "Ao agir unilateralmente, Washington está minando o sistema de comércio multilateral" e "enfraquecendo os fundamentos da cooperação econômica e comercial entre a China e os Estados Unidos", justificou o Ministério das Finanças chinês em um comunicado. As medidas de retaliação chinesas entram em vigor no dia 10 de março. O Canadá já havia anunciado uma tarifa de 25% sobre produtos americanos e o México deve seguir o mesmo caminho, o que pode prejudicar exportadores americanos. Mercado financeiro reagiu mal às tarifas O mercado reagiu negativamente após a confirmação das tarifas. A Dow Jones caiu 1,48% e a Nasdaq teve uma queda de 2,64%. O setor de tecnologia foi um dos mais impactados. Empresas como Nvidia e Broadcom registraram perdas significativas, com quedas de 8,69% e 6,05%, respectivamente. Além disso, a Amazon teve uma desvalorização de 3,42%. De acordo com o índice da S&P, o setor de tecnologia apresentou uma perda conjunta de 3,52%. As moedas do México e do Canadá também se desvalorizaram em relação ao dólar americano após o anúncio das tarifas. Além disso, há preocupações de que essas medidas possam elevar a inflação nos Estados Unidos e desacelerar o crescimento econômico, especialmente nos setores automotivo e de tecnologia. Analistas temem que a escalada nas tensões comerciais possa levar a uma guerra comercial mais ampla, afetando negativamente o crescimento econômico global e aumentando os preços para os consumidores. A continuidade dessa tendência dependerá das próximas ações dos países envolvidos e de possíveis negociações para mitigar os impactos dessas tarifas. Pequenos produtores americanos se preparam para impacto Os efeitos podem ser significativos, especialmente para pequenas empresas. As tarifas elevam o custo de importação de bens e matérias-primas, reduzindo as margens de lucro e pressionando os empresários a aumentarem os preços para os consumidores. Isso pode afetar a fidelidade dos clientes, que podem buscar alternativas mais baratas em grandes empresas ou concorrentes. As tarifas podem também causar disrupções na cadeia global de abastecimento, tornando mais difícil para pequenas empresas conseguirem os produtos de que precisam. Há possibilidade de atrasos nas entregas, perda de receita e até prejuízo na relação com os clientes. Apesar de Trump afirmar que as tarifas serão pagas pelos países exportadores, na prática, o custo recai sobre os consumidores americanos. Produtos como frutas do México, celulares da China e madeira do Canadá ficarão mais caros. Um estudo da Tax Foundation apontou que, se todas as tarifas anunciadas forem implementadas, os impostos adicionais podem custar, em média, US$ 800 - aproximadamente R$ 4.700 - por família americana em 2025. Isso pode pressionar a inflação, elevando o custo de vida no país. Tarifas geram tensão entre velhos parceiros comerciais A ministra das Relações Exteriores do Canadá, Mélanie Joly, classificou as tarifas como uma "ameaça existencial" para o país, alertando que milhares de empregos canadenses estão em risco . Em coletiva de imprensa, ela declarou que o Canadá está pronto para reagir à nova taxação. O O governo canadense já preparou uma lista de US$ 30 bilhões em produtos americanos que podem ser taxados, incluindo itens do dia a dia como roupas, perfumes e alimentos. O primeiro-ministro Justin Trudeau também contestou os argumentos de Trump sobre o tráfico de fentanil, destacando que apenas 1% da droga apreendida nos EUA vem do Canadá. No México, a presidente Claudia Sheinbaum reforçou que o país exige respeito e deixou claro que cooperará com os Estados Unidos, mas sem aceitar subordinação. As tarifas podem prejudicar as exportações mexicanas e aumentar as tensões entre os dois países. Com essas reações, cresce a possibilidade de retaliações em cadeia, afetando não apenas o comércio, mas também o ambiente diplomático e a estabilidade econômica global. Brasil deve sofrer consequências da taxação de aço e alumínio A medida tem um impacto direto para o Brasil , que é o segundo maior fornecedor de aço para os Estados Unidos, atrás apenas do Canadá. Em 2024, o país exportou cerca de US$ 3,5 bilhões (cerca de R$ 21 bilhões) em ferro e aço para o mercado americano. Com a nova tarifa, as siderúrgicas brasileiras podem perder competitividade, já que o aumento nos custos pode tornar o aço brasileiro menos atraente para os compradores americanos. Além disso, o Brasil já sinalizou que pode adotar medidas de reciprocidade caso os EUA mantenham essa política protecionista. Promessa de campanha de Trump A imposição das tarifas faz parte de uma das principais promessas de campanha de Trump: priorizar a indústria americana e reduzir a dependência de produtos estrangeiros. Ele argumenta que os Estados Unidos precisam produzir seu próprio aço e alumínio, em vez de importá-los. Para ele, as tarifas são uma ferramenta essencial para corrigir desequilíbrios comerciais e fortalecer a manufatura nacional. Apesar das críticas de economistas e da preocupação com possíveis prejuízos internos, Trump tem minimizado esses riscos e incentivado empresas estrangeiras a investirem em fábricas dentro dos Estados Unidos para evitar as tarifas.…

1 Brasil leva primeiro Oscar com “Ainda Estou Aqui”, que ajuda "a entender o presente", diz Walter Salles 4:37
O Brasil conquistou neste domingo (2) seu primeiro Oscar, com "Ainda Estou Aqui", filme dirigido por Walter Salles, que venceu na categoria de melhor filme internacional e teve três indicações, incluindo a de melhor atriz para Fernanda Torres. A brasileira perdeu a estatueta para a Mikey Madison, que estrelou "Anora", o grande vencedor da noite. Cleide Klock, correspondente da RFI em Los Angeles Foram três horas de espera até o anúncio do prêmio. Muito aplaudido e visivelmente emocionado, o diretor Walter Salles fez uma homenagem no palco a Eunice Paiva, que inspirou o longa. "Essa estatueta vai para uma mulher que, depois de uma perda tão grande em um regime tão autoritário, decidiu não desistir. Esse prêmio vai para ela: Eunice Paiva, e vai para as duas mulheres extraordinárias que deram vida a ela: Fernanda Torres e Fernanda Montenegro". O filme venceu uma disputa acirrada com "Emilia Pérez" (França), "A Garota da Agulha" (Dinamarca), "A Semente do Fruto Sagrado" (Alemanha) e "Flow" (Letônia). “É uma cultura que está sendo reconhecida. É a forma como fazemos cinema no Brasil que está sendo reconhecida. É uma literatura brasileira que está sendo reconhecida pelo livro de Marcelo Rubens Paiva, no qual o filme foi inspirado. É a música brasileira que também está sendo reconhecida. O filme é realmente liderado por Caetano Veloso, Gal Costa, Erasmo Carlos e tantos outros cantores extraordinários, cuja música deu sentido para muitas das cenas do filme”, disse o diretor após descer do palco, em entrevista à imprensa. "Este filme foi visto por 5 milhões de brasileiros. E o público brasileiro, de certa forma, se tornou o coautor do filme. O que aconteceu no Brasil foi notícia em diferentes jornais do mundo, e eles perceberam que havia um filme que quebrou a barreira do sistema político binário no Brasil e, na verdade, ofereceu uma reflexão da nossa história", avalia. Para Fernanda, o filme "traz uma reflexão importante, toca o coração de gregos e troianos. Qualquer pessoa que assiste ao filme pensa: 'Isso está errado, essa família não tinha por que ser perseguida'", disse em entrevista à agência AFP. “O projeto nos parecia uma chance de olhar para trás, para entender de onde vínhamos. Mas, com o crescimento da extrema direita no Brasil a partir de 2017, percebemos que também era um filme para entender o presente", completou Walter Salles. A premiação de Hollywood foi acompanhada ao vivo em todo o país, inclusive no Sambódromo do Rio de Janeiro, na primeira noite dos desfiles das escolas de samba. Melhor Atriz O penúltimo prêmio da noite foi o de melhor atriz, uma das grandes surpresas da noite. Mikey Madison, que estrelou o longa "Anora", que tinha até um certo favoritismo por ter ganhado o Bafta, levou a estatueta, mas Demi Moore era apontada como favorita. "Anora", que também venceu a Palma de Ouro em Cannes , foi o grande vencedor da noite e levou cinco estatuetas, incluindo a principal, melhor filme, categoria que o Brasil também estava concorrendo. Outras vitórias A vitória de 'Flow", como melhor animação, deu à Letônia também o seu primeiro Oscar e mostrou um novo olhar da Academia, mais aberta à diversidade, já que a produção independente desbancou filmes milionários americanos. Nas outras categorias de atores, os favoritos levaram seus prêmios para casa. Adrien Brody, melhor ator, por "O Brutalista", Kieran Culkin recebeu o Oscar de melhor ator coadjuvante pelo papel em “A Verdadeira Dor", assim como a vencedora na categoria feminina - Zoe Saldaña pela atuação em “Emília Perez". Zoe trouxe ao microfone um dos momentos mais emocionantes da noite. “Minha avó veio para este país em 1961. Sou uma criança orgulhosa de pais imigrantes. Com sonhos, dignidade e mãos trabalhadoras. Sou a primeira americana de origem dominicana a receber um Oscar. E sei que não serei a última”, declarou. A melhor música original foi também para “Emília Perez” e por uma canção interpretada por Zoe Saldaña e Karla Sofia Gascón, “El Mal", dos compositores franceses Clement e Camille Ducol. A atriz espanhola, Karla Sofía Gascón, que protagonizou parte dos escândalos da temporada de prêmios, compareceu à festa. (RFI e AFP)…
Clima de Copa do Mundo em pleno carnaval onde a bola da vez é o cinema. O Brasil chega ao Oscar com a certeza de que fez a maior campanha de um filme nacional na corrida por uma estatueta, ou por três, já que concorre com “Ainda Estou Aqui” nas categorias de Melhor Filme, Filme Internacional e Melhor Atriz para Fernanda Torres. A disputa deste ano está acirrada, mas a imprensa americana prevê que o longa de Walter Salles pode levar duas estatuetas. Cleide Klock, correspondente da RFI em Los Angeles Imprevisível é a melhor palavra para resumir a corrida pelo prêmio principal. As premiações paralelas que, são um termômetro para o Oscar, não cravaram o mesmo resultado. O Bafta, da Academia Inglesa, quem levou foi “Conclave” , que também ganhou o prêmio de elenco do Sindicato dos Atores. Nas outras organizações de diretores e produtores, que têm muito peso nessa conta, “Anora” ficou com os troféus principais. “O Brutalista", venceu o Globo de Ouro e mais de 100 prêmios na temporada, e também entra no páreo em posição favorável. Mas o ano foi tão atípico que as revistas especializadas apontam até para uma possível vitória de “Um Completo Desconhecido”. O longa de James Mangold, lançado na última semana de dezembro, ganhou força em fevereiro. O grande azarão da noite Nas previsões feitas pelas publicações americanas especializadas, o filme brasileiro não está entre os cinco primeiros cotados para o prêmio principal. Se ganhar, o longa de Salles pode se tornar o grande azarão da noite, mas em um ano tão atípico não dá para cravar que seja impossível. Os grandes incêndios que atingiram Los Angeles alongaram o calendário da votação do Oscar, dando tempo para algumas produções crescerem e outras despencarem. “Ainda Estou Aqui” acabou sendo um grande beneficiado com essa mudança porque permitiu que mais votantes assistissem ao filme e que o nome de Fernanda Torres crescesse após a vitória no Globo de Ouro. O apoio massivo dos brasileiros nas redes sociais também despertou um maior interesse pelo filme. Além disso, os meios de comunicação americanos também deram destaque gigantesco ao longa e à Fernanda Torres. “Ainda Estou Aqui” foi muito assistido nos cinemas dos Estados Unidos nas últimas semanas da votação, que se encerrou no dia 18 de fevereiro. Ao mesmo tempo, “Emilia Pérez”, do francês Jacques Audiard, teve tempo de despencar - após uma temporada em que levou muitos prêmios - , principalmente por causa da descoberta de postagens preconceituosas da atriz principal, Karla Sofía Gascón, nas redes sociais. Declarações do diretor sobre o idioma espanhol e o México, país que retrata no filme, também ajudaram nessa degringolada após conseguir 13 indicações. Críticas de muitos mexicanos e da comunidade trans, que também não se viram representados corretamente na tela, ajudou a descartar, mais uma vez, a possibilidade da Netflix - dona da produção aqui nos Estados Unidos - de conseguir a tão sonhada estatueta de Melhor Filme com "Emilia Pérez". A plataforma de streaming investe há anos em uma conquista do maior prêmio da noite e, sem dúvida, fez uma das campanhas mais caras dessa corrida. Melhor Filme Internacional O jornal americano New York Times apostou nesta semana na vitória do Brasil como Melhor Filme Internacional no Oscar. Em entrevista à RFI , o jornalista e crítico de cinema brasileiro, Rodrigo Salem, radicado em Hollywood, também faz suas previsões. “Eu acho que 'Ainda Estou Aqui' fez uma campanha brilhante, começou a crescer na hora certa, enquanto 'Emilia Pérez', por causa das polêmicas envolvendo a Karla Sofia Gascón, caiu absurdamente. Ainda acho que Zoe Saldaña é a favorita para ganhar como atriz coadjuvante, mas eu tenho quase certeza de que 'Ainda Estou Aqui' vai levar como Melhor Filme Internacional”, diz. O New York Times também aponta Fernanda como vencedora, mas destaca que essa categoria está meio parecida com a de Melhor Filme. Demi Moore (“A Substância”) tem um certo favoritismo por causa do termômetro das outras premiações, porém junto com ela está Mikey Madison, de “Anora” , que levou prêmios importantes, como o Bafta. Crescem as apostas em Fernanda Torres Fernanda Torres cresceu nas últimas semanas quando a votação dessas premiações anteriores já estavam encerrando. Essa combinação Fernanda, Demi e Mikey não aconteceu em nenhuma outra premiação: a estrela brasileira ainda não disputou com nenhuma delas. Uma vitória do Brasil seria uma prova do quanto a Academia está aberta a nomes até agora desconhecidos internacionalmente e a interpretações em outras línguas. “Eu acho que tem dois fatores nessa altura do campeonato que a gente pode analisar: um é o grande engajamento do brasileiro em torno das redes sociais que ajudou na exposição do nome da Fernanda Torres e na própria exposição do nome do filme. O outro foi a campanha muito bem feita da Sony Classics e da empresa de relações públicas contratada que soube trabalhar o filme na hora certa, nos veículos corretos, que levou a Fernanda e o Walter para os prêmios certos na hora certa", analisa Rodrigo Salem. "Para você ter ideia, agora a Fernanda Torres vai à uma premiação e a Ariana Grande faz questão de encontrá-la. Isso antigamente não existia, então foi tudo muito correto. Obviamente que tem o lado do filme ser muito bom também. Mas o próprio Walter sabe, ele concorreu como Melhor Filme Internacional, com Central do Brasil, há 26 anos. Ele sabe que não basta apenas ser bom, precisa ter uma campanha realmente forte, uma campanha rica e uma campanha que sabe fazer tudo na maneira correta para poder ser indicado e vencer o Oscar", conclui.…
Uma das primeiras medidas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao assumir seu segundo mandato, foi desativar a versão em espanhol do site da Casa Branca. A decisão, que já havia sido adotada em seu primeiro governo, gerou inúmeras críticas. Ana Beatriz Farias, correspondente da RFI em Madri Quem tenta acessar o antigo endereço do site oficial da Casa Branca em espanhol já não encontra o conteúdo antes disponibilizado pelo governo. Agora, há apenas um aviso de “página não encontrada” e um botão que redireciona o usuário para a versão em inglês. Na página principal, tampouco há a opção de alterar o idioma do site para o espanhol. A mesma medida já havia sido adotada no primeiro mandato de Trump, iniciado em 2017. O perfil da Casa Branca em espanhol no X, antigo Twitter, também foi desativado e não pode ser consultado. Reações na Espanha Na Espanha, diversos representantes públicos e instituições criticaram a decisão do governo dos Estados Unidos de remover a versão em espanhol do site da Casa Branca. Durante uma reunião da cúpula do Instituto Cervantes, em 5 de fevereiro, o rei Felipe VI classificou como “chamativa” a decisão do governo Trump de deixar de usar o espanhol como um “instrumento de comunicação” da Casa Branca. Apesar disso, o monarca afirmou acreditar que a decisão será temporária , já que, devido a fatores “demográficos e democráticos”, o espanhol tende a se tornar uma língua cada vez mais presente. Felipe VI também deu ênfase à forte influência política do idioma. “Humilhar as pessoas por serem migrantes ou pobres” A importância se reflete em números. Segundo um estudo publicado pelo Instituto Cervantes em 2024, existem 63,7 milhões de hispânicos nos Estados Unidos, 75% deles capazes de conversar em espanhol. A pesquisa também revela que a porcentagem de eleitores hispânicos no país é de 14,7% . O Instituto Cervantes é uma instituição pública criada pela Espanha que tem como missão promover e ensinar a língua espanhola. E o posicionamento da instituição também foi contrário à retirada. No mesmo dia em que o rei Felipe VI abordou o tema, o poeta Luis García Montero, diretor do Cervantes, expressou sua decepção com a postura do governo dos Estados Unidos em relação ao uso do espanhol. Montero foi contundente ao afirmar que “não se trata apenas de defender o prestígio da língua, mas de não humilhar as pessoas por serem migrantes ou pobres”. Ele classificou a atitude do novo governo como uma “notícia triste” , afirmando que acreditava que tal medida não se repetiria, especialmente após o apoio expressivo que Trump recebeu de parte da população latina nas eleições. Montero comentou que imaginava que o líder norte-americano adotaria uma postura mais neutra , considerando a importância da comunidade latina na economia dos Estados Unidos, algo que não ocorreu. O diretor também ressaltou que o Instituto Cervantes deve trabalhar para “consolidar o prestígio do espanhol” como língua de cultura, ciência e tecnologia, e que existe a intenção de fortalecer a presença da instituição nos EUA. O presidente do Senado espanhol, Pedro Rollán, do Partido Popular, também se manifestou sobre o assunto. O senador pediu ao governo dos EUA que reconsiderasse a decisão de eliminar o espanhol do site oficial da Casa Branca, destacando os benefícios “culturais, sociais e econômicos” do uso da língua. “2ª língua de comunicação internacional” Vinte e três academias de espanhol ao redor do mundo se uniram em protesto contra a decisão do governo Trump, demonstrando sua preocupação por meio de um comunicado divulgado pela Asale, a Associação de Academias da Língua Espanhola, no dia 20 de fevereiro. O texto destaca que o espanhol é falado por mais de 600 milhões de pessoas, sendo a “segunda língua de comunicação internacional”, e ressalta que os Estados Unidos são o segundo país no mundo com mais hispanofalantes. Na mesma declaração, a Asale elogiou a qualidade dos conteúdos oferecidos em espanhol no portal oficial do governo dos Estados Unidos , que continua disponível no idioma – assim como outras páginas oficiais ligadas ao governo. Ainda assim, a associação lamentou que um “recurso tão importante quanto o site da Casa Branca em espanhol” tenha sido encerrado. O que diz a Casa Branca O assistente especial do presidente, Harrison Fields, declarou que a administração estava “comprometida a recuperar” a versão espanhola da página, sem, no entanto, estabelecer um prazo concreto para que isso acontecesse. Durante os primeiros dias do segundo governo Trump, Fields informou que o site da Casa Branca passava por um processo de edição e ajustes, mas garantiu que o conteúdo em espanhol retornaria “em breve” – algo que, até o momento, não se concretizou. Quando o espanhol foi retirado do site da Casa Branca no primeiro mandato de Donald Trump , Sean Spicer, que atuava na comunicação da presidência, assegurou que o idioma voltaria a figurar como opção para os usuários. Apesar das garantias de que uma equipe estava trabalhando para o retorno do conteúdo, a promessa não se cumpriu, e a navegação em espanhol só foi restabelecida após a posse de Joe Biden , em 2021.…

1 Vigília pela saúde do papa em Roma tem participação de opositor de Francisco e inúmeros brasileiros 6:08
O papa Francisco, de 88 anos, continua hospitalizado em Roma para tratar de uma pneumonia bilateral. A internação, que já dura 13 dias, é a maior desde que ele foi eleito líder dos católicos em 2013. O boletim divulgado na manhã desta quarta-feira (26) pelo Vaticano afirma que “o papa passou uma noite tranquila e está descansando” em seu quarto no hospital. A vigília pela saúde do pontífice na Praça São Pedro de Roma, dessa terça-feira (25), contou com a participação de vários fieis brasileiros e do cardeal ultraconservador americano Raymond Leo Burke, um dos maiores opositores de Francisco. Os comunicados mais detalhados sobre o estado de saúde do papa têm sido elaborados pela equipe médica que o atende no Hospital Gemelli, em Roma, divulgados à noite. O boletim de ontem afirmou que o estado clínico do pontífice argentino continuava crítico, mas estável. Ele não teve problemas respiratórios agudos e os parâmetros hemodinâmicos continuam estáveis. Além disso, Francisco foi submetido a uma tomografia computadorizada programada para o monitoramento radiológico da pneumonia bilateral. O resultado desta tomografia ainda não foi divulgado. O prognóstico permanece reservado. Segundo o Vaticano, embora o papa tenha reduzido suas atividades profissionais, ele continua a trabalhar. Em seu quarto no hospital, ele lê e assina documentos, além de tomar decisões. Na segunda-feira (24), Francisco teve uma audiência com o secretário de Estado do Vaticano, o cardeal italiano Pietro Parolin, e também com o venezuelano Dom Edgar Peña Parra, respectivamente números dois e três na hierarquia da Santa Sé, para beatificações e canonizações de dois novos santos. Poucas pessoas podem entrar no seu quarto no 10º andar do hospital Gemelli. O pontífice também decidiu convocar um Consistório que tratará das próximas canonizações. Nos últimos dias, tem havido especulações se Francisco poderia renunciar , como fez o papa Bento 16, pela fragilidade de seu estado de saúde. Logo no início do pontificado, em 2013, o papa deixou com o secretário de Estado do Vaticano uma carta assinada, na qual afirmava que poderia renunciar em caso de problemas de saúde. Ele revelou a existência desta carta em uma entrevista há cerca de dois anos. Porém, outros papas também prepararam uma carta de renúncia e permaneceram no cargo. Foi o caso de Pio XII, que poderia deixar o cargo se fosse capturado pelos nazistas, e de Paulo VI, que queria também o afastamaento se tivesse problemas físicos que o impedissem de governar. No Código Canônico não há qualquer regra que impeça a renúncia de um pontífice. Eventos do Jubileu Os eventos programados no Jubileu continuam, mesmo com o papa hospitalizado. Não há um substituto oficial nessas atividades. No domingo (23), a missa solene para o Jubileu dos Diáconos foi celebrada pelo arcebispo Rino Fisichella, um dos organizadores do evento que acontece a cada 25 anos. Ele leu a homilia escrita pelo papa. Porém, só Francisco pode pronunciar a tradicional oração do Angelus de domingo. Como ele está internado, pelo segundo domingo consecutivo, o texto do Angelus escrito pelo pontífice foi entregue à Sala de Imprensa do Vaticano, que o divulgou publicamente. Sem prazo de alta Ainda não é possível prever quando o papa terá alta do hospital. Devido à gravidade da pneumonia bilateral e a fragilidade física de um homem de 88 anos, que quando jovem teve parte do pulmão retirado, provavelmente o repouso será necessário. O chefe da equipe que cuida de Francisco no hospital, o médico Sergio Alfieri, disse na sexta-feira passada que o pontífice só teria alta quando estivesse bem e sem necessidade de cuidados hospitalares. O médico acrescentou que se desse alta agora, o que não é possível, Francisco iria querer logo participar de eventos em contato com o público. Opositor de Francisco participa de vigília Desde a hospitalização, os católicos começaram a fazer vigílias espontâneas pela saúde do papa, em Roma, mas também em outras cidades, como Buenos Aires, onde o jesuíta foi arcebispo. Na vigília dessa terça-feira (25), fiéis e cardeais estiveram presentes, entre eles o ultraconservador americano Raymond Leo Burke, um dos maiores opositores de Francisco. Nem a chuva desencorajou a participação dos fiéis na Praça São Pedro. Entre eles, havia diversos brasileiros. O carioca Clodoaldo Pires da Silva contou à reportagem da RFI que tinha marcado sua visita a Roma há algum tempo. "Eu vim para o Jubileu para passar na Porta Santa que perdoa as indulgências, perdoa os pecados. Eu tinha o sonho de fazer isso e vim. Por surpresa, o papa Francisco ficou doente, então estou aproveitando para também orar pelo papa”, disse o carioca.…
Em uma entrevista na televisão na noite da segunda-feira (24), o presidente russo, Vladimir Putin, indicou que a Europa poderia desempenhar um papel importante nas negociações de paz, afirmando que "os europeus, mas também outros países, têm o direito e a oportunidade de participar". Putin também considerou "uma boa ideia" a proposta de Donald Trump para que Rússia, EUA e China reduzam os seus gastos militares pela metade, mostrando-se aberto a discussões sobre o tema. Luciana Rosa correspondente da RFI em Nova York Além disso, o líder russo expressou interesse em investimentos americanos na exploração de minerais estratégicos em territórios ucranianos sob ocupação russa, destacando que empresas russas e americanas já estão "em contato" para possíveis parcerias econômicas dentro do contexto da resolução do conflito. Em visita à Washington na segunda-feira (24), o presidente francês Emmanuel Macron defendeu a necessidade de retomar o diálogo com Putin, afirmando que "ser forte e ter capacidades de dissuasão é a única maneira de garantir que um acordo seja respeitado". O presidente francês ressaltou que os EUA possuem um papel essencial nessa mediação e que o objetivo deve ser estabelecer garantias de segurança verificáveis a curto prazo, com apoio internacional para assegurar a credibilidade do processo. Já o presidente norte-americano, Donald Trump celebrou o que chamou de "discussões robustas" com Putin sobre o fim da guerra, embora o Kremlin tenha negado que tenha havido negociações detalhadas entre os dois líderes ou suas equipes diplomáticas. Trump sugeriu que Putin poderia aceitar forças de paz europeias na Ucrânia como parte de um acordo e mencionou um possível encontro com Volodymyr Zelensky para discutir termos que incluiriam concessões econômicas à Ucrânia em troca da ajuda americana. O presidente russo, no entanto, intensificou suas críticas ao líder ucraniano, chamando-o de "figura tóxica" e ecoando declarações anteriores de Trump, que o acusou de ser um "ditador não eleito". Trump e Macron buscam denominador comum sobre conflito na Ucrânia Donald Trump afirmou nesta segunda-feira que o aguardado acordo de paz entre Rússia e Ucrânia está "muito próximo" e sugeriu que deve se reunir com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, ainda esta semana ou na próxima para formalizar o acerto sobre a exploração de minerais estratégicos. "Ele pode vir nesta semana ou na próxima para assinar o acordo, o que seria ótimo", declarou Trump. O presidente americano também afirmou que pretende se encontrar com o presidente russo, Vladimir Putin, em breve. Por outro lado, Macron ressaltou que a Europa está disposta a oferecer garantias de segurança à Ucrânia, incluindo o envio de tropas de paz, caso um cessar-fogo seja estabelecido. Ao ser questionado sobre a possibilidade de a Ucrânia ceder território à Rússia como parte de um acordo de paz, Trump evitou dar uma resposta direta. "Vamos ver", disse, reforçando que as negociações ainda estão no início. Durante uma coletiva de imprensa realizada após o encontro na Casa Branca, Macron destacou os avanços nas negociações e reafirmou o seu compromisso com um comércio justo entre os Estados Unidos e a Europa. Ele mencionou que conversou com Trump para evitar uma guerra comercial e garantir investimentos equilibrados entre os dois lados do Atlântico. O presidente francês também enfatizou que a Europa está disposta a dividir de forma mais justa os encargos com segurança, alinhando-se à demanda de Trump para que os países do Tratado do Atlântico Norte (Otan) aumentem seus gastos com defesa. Macron também abordou a questão da guerra na Ucrânia, ressaltando que qualquer acordo de cessar-fogo deve incluir garantias concretas de segurança e reconstrução, sem significar a rendição de Kiev. Ele afirmou que, apesar de ter interrompido o diálogo com Vladimir Putin após os crimes de guerra cometidos em Bucha, vê uma oportunidade para reabrir as conversas sob novas condições. O presidente francês reiterou que a paz só será viável com compromissos verificáveis da Rússia e que a comunidade internacional deve garantir que a lei internacional prevaleça sobre a força. Dia de revés para Ucrânia e Trump nas Nações Unidas No terceiro aniversário da invasão russa à Ucrânia, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução proposta pelos Estados Unidos pedindo o fim da guerra, mas sem mencionar a agressão russa. A medida recebeu 10 votos a favor, enquanto cinco países, incluindo Reino Unido e França, se abstiveram. Paralelamente, a Assembleia Geral da ONU aprovou, também nesta segunda-feira, uma resolução redigida pela Ucrânia e apoiada pela União Europeia, condenando a Rússia e exigindo a retirada imediata de suas tropas do território ucraniano. A votação na Assembleia Geral revelou um apoio menor à Ucrânia em comparação com anos anteriores. A resolução foi aprovada por 93 votos a 18, com 65 abstenções, um número inferior ao das votações anteriores, quando mais de 140 países condenaram a agressão russa. O governo Trump se opôs à medida ucraniana e tentou emplacar a resolução alternativa dos EUA, que evitava citar Moscou, mas não conseguiu apoio suficiente. Os Estados Unidos pressionaram Kiev a retirar sua proposta e apoiar o texto americano. A embaixadora dos EUA na ONU, Dorothy Shea, fez um apelo de última hora, mas a Ucrânia manteve sua posição. No fim, a Assembleia Geral aprovou três emendas sugeridas por países europeus, inserindo na proposta americana uma menção explícita à invasão russa e à violação da Carta da ONU. Estados Unidos justificam postura com urgência para pôr um fim ao conflito Os Estados Unidos justificaram sua oposição à resolução da Ucrânia argumentando que o mais importante era aprovar um documento que comprometesse todos os Estados-membros da ONU com o fim duradouro da guerra. A embaixadora dos EUA na ONU, Dorothy Shea, afirmou que a proposta americana enfatizava a necessidade de um rápido encerramento do conflito e a construção de uma paz duradoura entre Ucrânia e Rússia. Segundo Shea, a resolução apresentada pelos EUA era uma "declaração histórica" que olhava para o futuro, em vez de revisitar o passado, e reforçava a ideia central de que "o caminho para a paz é possível". Por esse motivo, Washington se opôs à apresentação de outra resolução e instou a Ucrânia a retirar sua proposta em favor da versão americana, que, segundo os EUA, seria um compromisso mais direto para encerrar a guerra e garantir um acordo de paz estável. Os Estados Unidos também pediram que a Assembleia Geral votasse sua proposta imediatamente após a análise da resolução ucraniana, reforçando sua tentativa de conduzir o debate para um consenso focado no futuro do conflito. Em Nova York, manifestações na Times Square marcam aniversário da Guerra Neste 24 de fevereiro, a comunidade ucraniana em Nova York realizou manifestações para marcar os três anos da invasão em grande escala da Rússia à Ucrânia. A cidade abriga cerca de 150 mil ucranianos, a maior comunidade do país nos EUA, e tem sentido os impactos da guerra, com muitas famílias perdendo entes queridos e lidando com a fuga em massa de milhões de ucranianos desde o início do conflito. Um dos atos aconteceu na Times Square, reunindo centenas de pessoas em solidariedade ao povo ucraniano. Além disso, autoridades e diplomatas estrangeiros participaram de uma cerimônia no Bowling Green Park, no sul de Manhattan, onde a bandeira ucraniana foi hasteada. O prefeito de Nova York, Eric Adams, declarou oficialmente o 24 de fevereiro como o "Dia da Herança Ucraniana" e afirmou estar honrado em apoiar os ucranianos da cidade contra o que chamou de agressão. Após visita de Macron, Keir Starmer seguirá para Washington O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, visitará Washington até o final desta semana para se reunir com o presidente Donald Trump. A viagem acontece em meio à crescente preocupação na Europa sobre a postura mais dura de Trump em relação à Ucrânia e suas tentativas de aproximação com Moscou durante o conflito de três anos. Starmer e o presidente francês, Emmanuel Macron, estão articulados na busca por convencer Trump a não apressar um acordo de cessar-fogo com o presidente russo, Vladimir Putin, a qualquer custo, e a manter a Europa envolvida nas negociações. Eles também discutirão garantias militares para a Ucrânia, buscando assegurar um compromisso contínuo com o país frente à agressão russa.…

1 Após vencer eleições na Alemanha, aliança de direita começa negociações para formação de governo 6:03
A Alemanha consolidou, como já previsto na maioria das pesquisas de opinião, uma verdadeira guinada à direita segundo as estimativas oficiais divulgadas neste domingo (23) após as eleições gerais nesta que é a maior economia do bloco europeu. A coalização dos conservadores, formada pelos partidos União Democrata Cristã (CDU) e União Social Cristã (CSU), levou a maior fatia do bolo, com cerca de 28,6% dos votos. A sigla Alternativa para a Alemanha (AfD), plesbicitada nas urnas com 20,8% dos votos, um recorde para um partido de extrema direita depois da Segunda Guerra Mundial, tornou-se a segunda força política no Parlamento, mas fica restrita à oposição. O conservador Friedrich Merz, líder da aliança de direita já inicia negociações para formar uma coalizão de governo, que promete anunciar "o mais tardar" até a Páscoa, em 20 de abril. Márcia Bechara, enviada especial da RFI a Berlim No domingo (23), a maior parte dos cerca de 60 milhões de eleitores alemães registrados compareceram em peso às urnas, consolidando uma participação já considerada histórica de 84%, a maior desde a reunificação do país, há 35 anos, uma afluência bem mais significativa que em 2021, que chegou na época a 76,6%. Após a divulgação dos resultados parciais depois que as urnas foram fechadas, às 18h do domingo, um debate na televisão alemã reuniu os líderes das principais siglas que hoje dominam o Parlamento, quando a chefe do partido de extrema direita AfD, Alice Weidel, disse estar “pronta” para formar uma coalização com os conservadores. Visivelmente irritado, o líder dos conservadores da coalizão CDU/CSU, Friedrich Merz, rebateu dizendo que nunca seu partido faria “aliança” com uma “suposta Alternativa para a Alemanha”, fazendo menção à sigla AfD, confirmando declarações anteriores que fortalecem o “cordão sanitário” dos partidos alemães contra a extrema direita. Maioria até a Páscoa Apesar dos resultados que confirmam uma vitória dos conservadores, muitas negociações devem acontecer antes que o país possa anunciar um novo governo. Mesmo se o nome de Friedrich Merz, líder dos conservadores, já apareça como provável novo chanceler, muitas dúvidas pairam sobre as negociações com as siglas que comporão as novas cores desse espectro político, entre os 630 assentos do Bundestag, o parlamento alemão. Vale lembrar que uma reforma do direito eleitoral na Alemanha foi aprovada em março de 2023, ainda sob a tutela do social-democrata Olaf Scholz , que limita o número de deputados a 630. Antes, como o voto na Alemanha é proporcional, resultado de uma equação complicada entre os votos distritais e as siglas nacionais, não havia limite para o número de parlamentares. Scholz segue comandando o país mais populoso e a maior economia do bloco, num governo “técnico”, até que um contrato de coalização de governo seja anunciado entre as siglas para a formação de uma possível maioria de governo, e que um novo chanceler possa ser votado pelo Bundestag. O delicado jogo do poder na Alemanha Segundo Gerd Harders, cientista político da Universidade Livre de Berlim, a resposta desse enigma pode morar na resposta a outras questões, como a entrada ou não dos liberais da sigla FDP no Parlamento, uma vez que sua votação de 4,9% não alcançou até o momento os 5% necessários para marcar presença no Bundestag. Ele explica que caso a FDP fique de fora, a tendência é que uma maioria seja formada entre os dois partidos clássicos da política alemã, ou seja, os conservadores da coalizão CDU/CSU e os sociais-democratas do SPD, comandado pelo atual chanceler Olaf Scholz, mesmo que ele tenha sofrido uma grande derrota nas urnas no domingo, com cerca de 16% dos votos e uma queda de quase 10 pontos em relação a 2021. Caso os liberais consigam um assento no Parlamento, o equilibro do jogo político deve ficar mais complicado, consolidando a fragmentação política da Alemanha, e outros compromissos podem ser formados com siglas que antes haviam anunciado que não participariam do governo, como o Partido Verde que conquistou cerca de 12% dos votos no domingo, e cujo líder, Robert Habeck, chegou a acenar para Merz, do bloco conservador, abrindo portas durante o debate depois das eleições a “possíveis conversas”, algo inédito para os verdes até então. A surpresa da esquerda Mas uma surpresa vinda da esquerda, no entanto, também deu as caras no domingo na Alemanha. O partido da extrela esquerda alemã, como o próprio nome diz, Die Linke , conquistou uma votação importante de cerca de 8,6%, consolidando de maneira irreversível sua presença no novo parlamento alemão. O feito foi comemorado intensamente no domingo em Berlim, onde os números mostram um provável e inesperado strike do Die Linke , superando até os conservadores em diversos distrito da capital. Especialistas apontam para uma verdadeira debandada de eleitores desiludidos do Partido Verde para a oposição assumida e combativa do Die Linke, que defende abertamente pessoas indocumentadas, os direitos de imigrantes e minorias, a necessidade de medidas urgentes contra as mudanças climáticas e a taxação dos mais ricos, e até uma defesa inédita dos palestinos em Gaza, tema que é tabu na Alemanha, historicamente parceira do Estado de Israel .…

1 Eleições parlamentares na Alemanha são cruciais para definir respostas da Europa aos desafios de Trump 5:44
Chega ao fim a campanha para as eleições parlamentares da Alemanha. Neste domingo (23), os alemães escolhem nas urnas quem vai comandar o país pelos próximos quatro anos. O novo governo da maior economia europeia será crucial para ajudar a coordenar a resposta do continente aos desafios apresentados pelo atual do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Marcio Damasceno, correspondente da RFI na Alemanha As eleições parlamentares na Alemanha serão realizadas neste próximo domingo e a votação não é importante só para o país, mas é também vital sob a perspectiva europeia. Um governo alemão forte é importante para sustentar a resposta europeia à nova administração nos Estados Unidos , em meio à turbulência em relação à guerra na Ucrânia e em outros lugares. A Alemanha e a vizinha França têm sido tradicionalmente os motores da União Europeia . Mas, os dois países estão mergulhados em instabilidade política interna nos últimos meses. A eleição alemã está sendo realizada sete meses antes do planejado originalmente, depois que a coalizão de três partidos que sustentava o governo do chanceler Olaf Scholz entrou em colapso. Em novembro passado, o Partido Liberal (FDP) abandonou a aliança governista em meio a divergências sobre como revigorar a economia alemã, que encolheu nos últimos dois anos. E uma das tarefas mais urgentes do novo governo será encontrar uma resposta coerente para esse problema. Crise econômica e imigração A crise econômica é uma das principais preocupações do eleitorado alemão nessa campanha, deixando em segundo plano temas que tradicionalmente movem o eleitorado, como problemas sociais e a crise climática. A campanha também está sendo dominada pela questão sobre como reduzir a imigração irregular. O debate sobre imigrantes foi reaceso na Alemanha por atentados recentes supostamente cometidos por imigrantes. O último deles foi há pouco mais de uma semana em Munique, no sul da Alemanha. No episódio, um motorista jogou seu carro contra uma multidão de manifestantes . Duas pessoas morreram e quase 40 ficaram feridas, o suspeito é um solicitante de asilo do Afeganistão. No mês passado, um ataque a faca deixou dois mortos na cidade de Aschaffenburg , também no sul da Alemanha. O autor do crime seria outro solicitante de asilo do mesmo país. A discussão sobre imigração tem colaborado para aumentar a popularidade da extrema direita alemã. Prova disso é que o partido ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD) está em segundo lugar nas pesquisas. Conservadores lideram pesquisas de voto Tal fenômeno político levou a uma intensa discussão sobre o chamado "cordão sanitário" praticado pelos outros partidos para isolar a direita radical. O assunto gerou uma série de protestos nas ruas de diversas cidades da Alemanha, principalmente de pessoas que temem uma colaboração dos políticos das demais siglas com a AfD. O líder conservador, Friedrich Merz, levou ao Parlamento uma moção não vinculativa pedindo mais rejeições de imigrantes nas fronteiras alemãs, a medida foi aprovada com votos da AfD. O movimento foi visto como a quebra inédita de um tabu, já que, pela primeira vez, um texto foi aprovado no Parlamento alemão com apoio da extrema direita . Merz, aliás, é o favorito para se tornar o novo chanceler alemão. E as últimas pesquisas parecem confirmar a predileção. Há semanas que as sondagens de intenção de voto se mantém com poucas variações. A aliança conservadora de Friedrich Merz, formada pelos partidos União Democrata Cristã (CDU) e União Social Cristã (CSU), tem de 28% a 30% nas sondagens, com a AfD em segundo, apresentando intenções de voto em torno de 20%. Leia também Na Alemanha, aproximação entre direita e extrema direita se intensifica, na reta final para eleições Coalizão de governo é incógnita Os sociais-democratas do chanceler Olaf Scholz aparecem em terceiro lugar nas pesquisas, com cerca de 15% das intenções de voto, seguidos pelo Partido Verde, que compõe a atual coalizão de governo, com 13%. Por causa disso, é considerado certo que Scholz não vai conseguir se reeleger. Os socialistas do A Esquerda estão na quinta posição das sondagens, com 8% e têm relativa certeza de que farão parte da próxima legislatura. A grande pergunta é quais das outras legendas menores vão conseguir alcançar um mínimo de 5% para garantir uma bancada no Bundestag, o Parlamento alemão. Esta é a pergunta que vai definir a formação do futuro governo. Porque menos partidos no Parlamento facilitariam a formação de uma coalizão de dois partidos apenas, ao passo que um Parlamento fragmentado só permitiria uma aliança de três siglas, que seria menos estável, como a que sustentava Scholz, e se desintegrou antes de completar o mandato. O favorito Friedrich Merz já declarou estar aberto a colaborar tanto com os sociais-democratas de Scholz quanto com o Partido Verde.…
Com a certeza que haverá condenação do ex-presidente, direita e esquerda avaliam estratégias para montar narrativa eleitoralmente eficaz sobre tentativa de golpe de Estado de olho na disputa do ano que vem. O Supremo Tribunal Federal também tem de decidir questões importantes sobre o tema, como o número de ministros que vão participar do julgamento. Raquel Miura, correspondente da RFI em Brasília Para quem enfrenta uma maré de notícias negativas, sair um pouco do holofote é um respiro e tanto. Dividir o palco das críticas é comemorar vitória. É isso que a denúncia do Ministério Público contra Jair Bolsonaro e mais 33 pessoas significa hoje para o governo Lula. Tanto que há uma certa cautela para calibrar as reações governistas e não desgastá-las no circo da polarização. É que o assunto com certeza será usado daqui até o ano que vem para tentar desqualificar adversários eleitorais. A direita, por sua vez, também tem importantes decisões a tomar a partir da denúncia de Paulo Gonet, especialmente mostrar o tempo de duração do apoio a Jair Bolsonaro. “Considerando que é 100% garantido que o ex-presidente vai ser condenado, até porque o Supremo Tribunal Federal inegavelmente é julgador, mas também se percebe como vítima dentro desse processo, a direita vai ter que se posicionar até onde vai seu apoio a Bolsonaro, até onde vão as críticas ao STF, até onde eles vão na aprovação de uma anistia e até onde eles vão na defesa do ex-presidente. Eles vão fazer como o PT fez na ocasião que Lula foi preso, vão para cadeia junto com o ex-presidente?”, indaga o cientista político Leonardo Barreto, da consultoria Think Policy. Para o analista, a denúncia apresentada esta semana coloca o debate sobre a culpa ou não de Bolsonaro no debate político e, a partir daí, os grupos traçam suas estratégias. “A fala do presidente Lula sobre esse tema é sintomática. Ele disse que se eles forem inocentados de tentarem matar o presidente, o vice e o ministro, talvez possam ficar livres. Lula busca pontuar o seu papel de vítima no processo.” Leia também Investigação da PF escancara risco de ruptura democrática vivido pelo Brasil, avaliam historiadores “Tudo isso com o objetivo de renovar uma percepção na população de que as forças que ameaçaram a democracia no 8 de janeiro continuam ativas, são perigosas e precisam ser derrotadas de novo em 2026. Não há dúvida de que essa será a narrativa da esquerda, e, se for possível, grudar a pecha de não-democráticos também em políticos oposicionistas que não estão envolvidos com os eventos de 8 de janeiro”, analisa Barreto. Sobre o andamento processual, a principal expectativa é quanto ao tempo que o Supremo levará para analisar o caso, além de decidir quais ministros vão participar do julgamento. “O próprio STF diz que tem interesse em concluir o julgamento ainda este ano para que não haja contaminação com o processo eleitoral de 2026. Acho difícil porque é um processo muito longo, são 34 pessoas, um rol de testemunhas, um rol de provas a serem analisadas. Se houver um esforço concentrado pode ser até possível, mas não é fácil”, projeta o advogado e cientista político Valdir Pucci. O analista também comentou as provas elencadas na denúncia: “Há elementos muito fortes na peça de Gonet. Há ali provas documentais e a apresentação dos próprios depoimentos. Agora tudo vai ficar mais esclarecido quando pudermos ler e analisar as condições da delação premiada de Mauro Cid. Mas se a base for a peça do Ministério Público e tudo for provado, há sim elementos robustos, com destaque para a minuta do golpe e as mensagens de WhatsApp”, ressalta Pucci. Para o advogado, “tudo isso dá muita consistência ao que foi apresentado. A questão que será julgada é se, de fato, há correlação disso com tentativa de golpe de Estado.”…

1 Especialistas criticam entrada do Brasil Opep+: uma contradição ambiental sem ganhos econômicos 5:32
O Brasil se prepara para sediar a COP30 no final deste ano e vai integrar a Opep+, grupo aliado à Organização dos Países Exportadores de Petróleo. Analistas ouvidos pela RFI mostram que o efeito prático da adesão é pequeno, mas se alinha à crescente pressão pela extração de petróleo. A decisão é extremamente criticada pelos ambientalistas. Raquel Miura, correspondente da RFI em Brasília O Brasil fará parte da chamada Opep+, grupo de países, sem direito a voto, associados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo. A adesão não significa ingresso como membro efetivo da entidade , mas como nação que pode atuar de forma conjunta com os demais integrantes em discussões ligadas ao comércio internacional do produto ou na solução de controvérsias na área. “O Brasil já é o nono país produtor de petróleo no mundo e até 2030, a gente vai chegar a ser o quinto maior produtor mundial. O petróleo já é a principal pauta de exportação brasileira. A Petrobras está produzindo cada vez mais o pré-sal. E se vier a margem equatorial, como todo mundo espera e deve acontecer, a gente vai continuar tendo papel importante na cena do petróleo internacional”, diz o especialista em petróleo Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Segundo Pires, fora da Opep, países como a Guiana e o Brasil são hoje os principais protagonistas desse mercado. Mas, embora avalie que em termos de produção e relevância no comércio mundial o Brasil conta com requisitos necessários para integrar qualquer organização que reúna os principais produtores dessa commodity, o analista destaca que ingressar nesse braço ampliado da Opep não traz vantagens ao país. “No Brasil hoje quem produz petróleo são empresas privadas e a Petrobras. A Petrobras não é uma estatal, mas uma empresa de capital misto. Então como é que o governo vai mandar a Petrobras reduzir ou aumentar a produção?”, questiona. Além disso, o especialista lembra que o Brasil é um regime democrático, diferentemente da maioria dos membros da Opep, nos quais a produção vem de empresas 100% estatais. “Não vejo nenhuma lógica do Brasil entrar na Opep+. E cartel não é uma coisa boa, mas ruim do ponto de vista da economia, do ponto de vista da concorrência, do ponto de vista do consumidor”, ressalta o representante da CBIE. Rumos da produção de petróleo A confirmação de que o Brasil aceitou o convite feito pela Opep vem num momento de grande discussão interna sobre os rumos da produção de petróleo e mais, até que ponto defender o aumento dessa matriz energética é de fato jogar contra os desafios ambientais de tornar o planeta um local menos poluído. No atual governo, que tem como bandeira a defesa do meio ambiente, há expoentes de peso, entre eles, o presidente Lula, que defende estudos de viabilidade para exploração de petróleo na margem norte equatorial. Para Gustavo Baptista, do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília, tem-se um discurso verde em meio a velhas práticas de pensar o desenvolvimento do país. “Eu vejo que há sim uma contradição bastante evidente. Não faz sentido um país que tem uma matriz energética limpa, cujo grande desafio não é a transição energética, mas sim problemas de degradação florestal, desmatamento, garimpo, se aliar aos países da Opep com o discurso de que isso vai ajudar a convencê-los de uma transição energética para biocombustíveis.” O professor da UnB diz que esse jogo duplo do governo pode reduzir o papel do Brasil na questão ambiental. “Poderíamos ter um protagonismo ambiental por termos a maior biodiversidade do planeta, por termos uma matriz limpa, mas o que a gente vê é uma busca por algo tradicional, baseado em combustíveis fósseis e isso ainda num contexto de mudanças climáticas batendo à porta”, aponta Baptista. A situação é classificada pelo professor da UnB como “um tiro no pé”. “Não há lógica nesse tipo de aproximação [com a Opep], não faz sentido um país que vai sediar a COP30, no momento em que a gente vai rever o Acordo de Paris depois de 10 anos, defender exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas. É uma contradição muito grande”, avalia o especialista em geociências.…

1 Criptogate: Milei enfrenta avalanche de denúncias após promover criptomoeda e lesar investidores 8:58
“Escândalo cripto” ou “Criptogate”? O nome do terremoto político e econômico é o que menos importa para milhares de afetados por uma publicação do presidente Javier Milei que induziu investidores a comprarem uma moeda digital de legitimidade duvidosa. Milei foi inepto ou parte da fraude? O presidente escolheu passar por inepto: “agi de boa-fé. Não sou um especialista. De criptomoedas, não sei nada”. Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires Nesta terça-feira (18), primeiro dia útil após o feriado em Wall Street, o presidente Javier Milei passará pela primeira prova de fogo do mercado no escândalo cripto. O veredito do mercado norte-americano permitirá ter a dimensão do estrago na reputação do presidente, pivô de uma trama que lesionou financeiramente milhares de investidores. Nesta segunda-feira (17), a bolsa de Buenos Aires desabou e a moeda argentina perdeu valor. As ações encolheram, em média de 5,6%, mas houve quedas de até 8%. As ações com cotação em dólares perderam 6,5% em média. A cotação do dólar financeiro, de acesso livre, subiu 2%. Os títulos públicos argentinos em dólar tiveram perdas de 2,5% em média. O escândalo afeta os ativos argentinos porque provoca que investidores freiem decisões e que duvidem da credibilidade do governo. Os mercados também vão reagir às explicações do presidente argentino, na noite desta segunda-feira (17), após promover uma criptomoeda de nula legitimidade. O impacto do escândalo nos ativos de empresas e do Estado argentino está associado às chances de Javier Milei sofrer um processo de destituição, algo que, por enquanto, parece improvável. Porém, se for instalada uma Comissão Parlamentar de Inquérito, Milei pode ter um desgaste político. O mesmo vale se a Justiça indiciar o presidente por violar artigos do código penal, da lei de entidades financeiras e da lei de ética pública. Desdobramentos políticos e judiciais Já chegaram à Justiça mais de 100 denúncias com diversas acusações contra o presidente Javier Milei por promover uma criptomoeda que se tornou um golpe e provocou perdas milionárias. São acusações de fraude, de negociações incompatíveis com a função pública, de mal desempenho, de condutas contrárias à ética pública, de conflito de interesses, de tráfico de influências e até de associação criminosa. Essas denúncias são, principalmente, de organizações sociais, políticas e jurídicas. Também de opositores políticos. No terreno legislativo, a oposição quer avançar num processo de destituição, mas não conta com os votos suficientes. São necessários dois terços das câmaras. Por enquanto, um processo de destituição está longe de ganhar força, a não ser que surjam provas. Os mais moderados e até os aliados do governo estariam mais inclinados para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, mas também não está claro que consigam quórum para aprovar a criação da CPI para a qual só é necessária uma maioria simples. Nos Estados Unidos, um escritório de advocacia, que diz representar 40 investidores lesados, entrou com uma denúncia por “operações criminosas”, pedindo a intervenção do Departamento de Justiça, do FBI e da Comissão de Valores dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês). O próprio presidente Javier Milei, numa estratégia para mostrar inocência, pediu que o Escritório Anticorrupção o investigasse. Milei também quer criar uma Unidade de Tarefas Investigativas (UTI), composta por representantes de organismos relacionados com criptomoedas, atividades financeiras e lavagem de dinheiro. Milei se defende O presidente Javier Milei deu uma entrevista na noite de segunda-feira para se defender das acusações e para dar a sua versão dos fatos. Disse que não promoveu a criptomoeda, mas que a difundiu. A diferença semântica é sutil, mas tenta se adaptar à lei de ética pública que penaliza a promoção. O presidente também alegou que os investidores nessa moeda sabiam do risco porque são especializados nesse tipo de ativo. “Se você for ao Cassino e perder dinheiro, não tem reclamação”, disse. O mercado de “moedas meme” realmente é como um cassino, mas Milei promoveu a moeda como um investimento para financiar pequenas empresas. Não promoveu como uma “moeda meme”, mas como uma criptomoeda convencional. Milei também comparou o risco como o de “jogar com a roleta russa” num revólver. Nesse caso, disse o presidente, "foi a vez da bala". Ele também minimizou o número de afetados. “Não foram 44 mil. Foram, no máximo, cinco mil”, disse, acrescentando que “quase não havia argentinos”. “A maioria era de norte-americanos e chineses”, nenhum “cidadão comum”. Sem assumir nenhuma culpa, Milei garantiu que “agiu de boa-fé”, que “não é um especialista em criptomoedas”, que “de criptomoedas, não sabe nada” e que “não recebeu dinheiro para divulgar a operação”. Só teve uma limitada autocrítica num ponto: foi quando disse que “precisa aprender a colocar filtros para selecionar as pessoas que têm acesso a ele”. No entanto, esta não é a primeira vez que Milei promove uma empresa de criptomoeda nem que leva muitas pessoas a perderem dinheiro. Em 2022, já como deputado, recomendou uma empresa de criptomoeda chamada CoinX. Na época, reconheceu que foi pago pela recomendação. A empresa foi acusada de manobras fraudulentas numa espécie de esquema de pirâmide. Publicação na rede social Javier Milei é o presidente de um país e se autopromove como um grande economista que ganha prêmios todos os meses, a cada nova viagem. Uma difusão de Milei, portanto, tem uma influência muito grande. O presidente alega que não usou uma conta da Presidência na rede X, mas a pessoal. Na prática, porém, essa conta particular é a de um presidente que está difundindo um projeto de criptomoeda. É a conta que Milei usa habitualmente. Outro ponto é que “moedas meme” são difundidas como tal. Neste caso, foi difundida como um projeto para financiar pequenas empresas, algo que induz ao erro. Um terceiro ponto que indicaria haver promovido a moeda é que Milei incluiu no final da publicação dois links diretos ao projeto e à compra da criptomoeda, incluindo ainda o contrato. Essa “moeda meme”, de nome $Libra, não existiria se não fosse a publicação de Milei. Na noite de sexta-feira (14), o presidente publicou na rede X sobre o ativo financeiro. Em clara coordenação com o projeto, o ativo tinha sido criado apenas três minutos antes e não tinha tido nenhum investidor. Após a publicação de Milei, em questão de minutos, a moeda tinha recebido cerca de US$ 4,4 bilhões em investimentos. A cotação da moeda passou de zero a quase cinco dólares. Os donos do projeto ficaram com mais de 80% das moedas concentradas em cinco carteiras virtuais. Venderam tudo quando a cotação estava no alto. Tiveram um lucro de U$ 110 milhões. Na mesma velocidade da alta, veio a queda. A moeda voltou ao valor próximo de zero, deixando milhares de lesados pelo mundo. Milei manteve a publicação durante cerca de cinco horas. Depois apagou e, numa posterior, argumentou que não estava familiarizado com pormenores do projeto que acabava de promover.…

1 Alemanha: Imigração foi um dos temas em destaque no último debate dos candidatos antes das eleições 6:20
Pela primeira vez, os quatro principais candidatos ao governo da Alemanha se enfrentaram em um debate na televisão neste domingo, a uma semana das eleições parlamentares no país. Entre os principais tema da discussão estiveram imigração, o "cordão sanitário" contra a ultradireita e o novo governo dos Estados Unidos. Marcio Damasceno, correspondente da RFI em Berlim Essa foi a primeira vez que os quatro candidatos mais bem colocados nas pesquisas se enfrentaram em uma disputa televisionada. Na discussão, o chanceler alemão, Olaf Scholz, do Partido Social-Democrata (SPD), debateu com seu principal rival, o democrata-cristão Friedrich Merz, do bloco conservador CDU/CSU que lidera as pesquisas, com em torno de 30% das intenções de voto. Também estiveram presentes Alice Weidel, do partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AfD) , atual segundo lugar nas pesquisas, com cerca de 20%, e o atual vice-chanceler e ministro da Economia, Robert Habeck, do Partido Verde. Os verdes estão em quarto lugar nas sondagens, com cerca de 13%, atrás dos sociais-democratas de Olaf Scholz, que têm em torno de 15%. "Cordão sanitário" no palco Esta foi também a primeira vez que a candidata do partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AfD), Alice Weidel, enfrentou seus outros três principais rivais num confronto direto televisionado, em meio a um debate sobre a ascensão da extrema direita na política alemã. O resultado foi um isolamento da líder de extrema direita no palco. Ele recebeu duras críticas dos outros três candidatos, que fizeram questão de se distanciar dela. Eles reforçaram o compromisso que não irão colaborar com a AfD, mantendo o chamado "cordão sanitário" contra a sigla. Já Weidel assumiu uma posição de outsider, apontando os outros três adversários, líderes de partidos estabelecidos que estão ou já estiveram no governo, como os responsáveis pela crise que atinge a Alemanha. Críticas a Merz por aceitar votos da AfD O debate foi também mais uma oportunidade para o conservador Friedrich Merz, destacar mais uma vez que não vai colaborar com a AfD, partido que ele rotulou de "radical de direita". O líder oposicionista vem sendo criticado nas últimas semanas por ter levado recentemente ao Parlamento uma moção aprovada com votos do partido de ultradireita. Foi a primeira vez que um texto é aprovado no Parlamento alemão com apoio da AfD, embora ele não tenha caráter vinculativo. A medida foi alvo de duras críticas dos outros partidos e gerou uma série de protestos nas ruas do país, um dos últimos reuniu milhares de pessoas neste domingo em Berlim. Muitos viram a iniciativa de Merz como a quebra de um tabu e um rompimento do chamado "cordão sanitário" contra a extrema direita. No debate, Scholz vinculou a imagem do partido de Weidel ao nazismo de Hitler, lembrando que o atual presidente de honra da AfD afirmou em 2018 que o período da Alemanha nazista representou apenas um "cocô de passarinho nos mil anos de sucesso da história alemã". Declarações de J.D Vance Aliás, esse "cordão sanitário" na política alemã foi alvo de críticas no fim de semana em um discurso do vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, na Conferência de Segurança de Munique. Os comentários de Vance foram tematizados. O chanceler Olaf Scholz descreveu as afirmações do vice de Donald Trump como "completamente inaceitáveis". Vance criticou o isolamento contra a ultradireita sugerindo que o "cordão sanitário" contra a extrema direita é uma ameaça à democracia. Scholz rebateu afirmando que a Alemanha aprendeu com seu passado nazista para descartar qualquer cooperação com partidos de ultradireita. Por sua vez, o líder conservador Friedrich Merz disse que, caso se torne chanceler, não vai permitir que um "vice-presidente americano me diga com quem tenho que falar na Alemanha". Ele afirmou ainda que aceitou o resultado da eleição nos Estados Unidos e espera que "o governo americano faça o mesmo" em relação à Alemanha. O verde Robert Habeck afirmou que Donald Trump lançou "um ataque frontal contra os valores do mundo ocidental". Já Alice Weidel defendeu a declaração de J.D. Vance. Imigração Esse debate ocorre poucos dias após um ataque em Munique, quando duas pessoas morreram após um carro ter sido jogado contra uma multidão. O suspeito é um solicitante de asilo do Afeganistão. O incidente, junto com outros dois ataques nas últimas semanas realizados por imigrantes, trouxe a política de imigração para o centro da campanha eleitoral. Scholz disse fará tudo para continuar limitando a imigração irregular que, segundo ele, caiu 17% durante o seu governo. Já seu rival Friedrich Merz afirmou que as deportações atuais são insuficientes. Nesse ponto, o conservador converge com a candidata de ultradireita Alice Weidel, da AfD, partido que faz do combate a imigração um de seus principais temas.…

1 Um dia após ataque terrorista, Conferência de Segurança de Munique reúne líderes internacionais 4:41
Começa nesta sexta-feira (14) e termina no domingo (16), na Alemanha, a Conferência de Segurança de Munique, o mais importante fórum mundial sobre política de segurança. O evento abre as portas poucos dias após o presidente americano, Donald Trump, surpreender ao anunciar que negociava com o presidente russo, Vladimir Putin, um acordo que colocaria fim à guerra na Ucrânia. Marcio Damasceno, correspondente da RFI em Berlim A 61ᵃ Conferência de Segurança de Munique reúne cerca de 60 chefes de Estado e de governo, além de 100 ministros, diplomatas, militares e especialistas em segurança, que vão discutir os principais temas de política de segurança internacional. O encontro mais esperado é o do presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski, com o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance , dois dias após Trump telefonar para Putin e afirmar que os dois líderes chegaram a um acordo para iniciar “negociações imediatas” para acabar com a guerra. O telefonema de Trump e Putin pegou os europeus de surpresa, que agora temem ficar fora da mesa de negociações para acabar com o conflito, que completa três anos no próximo dia 24. Os aliados europeus de Kiev criticaram Trump, afirmando que ele enfraqueceu a posição ucraniana, fazendo concessões a Putin já antes do início das conversas. No mesmo dia do telefonema com Putin, o presidente americano disse que a integração da Ucrânia à Otan é "impraticável". Ele também insinuou que é "improvável" que Kiev consiga recuperar seu território antes de 2014, que inclui a península da Crimeia, anexada pelos russos. Nesta quinta-feira (13), Trump anunciou que haverá em Munique uma reunião entre "representantes de alto nível" de Estados Unidos, Ucrânia e Rússia. O presidente americano não especificou quem exatamente estaria na reunião, mas Zelenski já teria descartado encontros com representantes russos. Além disso, membros do governo de Moscou não foram convidados pelos organizadores da conferência. Outros temas de destaque serão discutidos no encontro. Entre eles, a situação em Israel e nos territórios palestinos, diante do atual cessar-fogo entre Israel e o Hamas, e os planos de Donald Trump para a Faixa de Gaza. A reconstrução da Síria depois da queda do governo do presidente Bashar al-Assad é outro tópico que será debatido. Outros assuntos abordados nas várias rodadas de discussão previstas no evento são a arquitetura financeira global, a resiliência das democracias, mudanças climáticas, segurança nuclear e o futuro da inteligência artificial (IA). Eleição na Alemanha A eleição geral na Alemanha, que acontece em 23 de fevereiro , também deve movimentar alguns debates. Além do chanceler alemão, Olaf Scholz, participam da conferência o candidato conservador e favorito nas pesquisas Friedrich Merz, que deve se tornar o próximo chanceler. O líder da oposição alemã tem, inclusive, encontros agendados com o vice americano J.D. Vance, com o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, e outros representantes de alto escalão da União Europeia e da China. A Conferência de Segurança de Munique ocorre sob um forte esquema de segurança. A polícia está em alerta máximo um dia depois de um motorista atropelar uma multidão na cidade, deixando 30 feridos, alguns em estado grave. O autor do ataque é um requerente de asilo de 24 anos, do Afeganistão , que confessou ser o autor da ação.…
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